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ToggleA trajetória de Fernandão: um ícone do futebol brasileiro
Durante o Brasileirão Assaí 2020, o site da CBF relembrará a trajetória de jogadores que marcaram a história dos clubes brasileiros. Esses ídolos serão conhecidos como os Embaixadores do Confronto e suas passagens pelas equipes serão rememoradas.
Fernandão sempre foi sinônimo de garra e liderança por onde passou. Goleador nato, vestiu camisas de peso no futebol brasileiro. Seu currículo é repleto de títulos nacionais e internacionais, além de momentos marcantes vividos em dois clubes em especial: Goiás e Internacional, que se enfrentarão pelo Brasileirão Assaí neste domingo. botafogo x aurora melhores momentos
Presente na memória da torcida dos dois clubes, Fernandão colecionou histórias com as camisas do Esmeraldino e do Colorado. Algumas dessas histórias foram relembradas por Harlei e Iarley, dois amigos e ex-companheiros do ídolo, que nos deixou precocemente em 2014.
Início no Esmeraldino
Fernandão começou sua trajetória no futebol no Goiás. Aos 16 anos, nas categorias de base do clube, ele se destacou e mostrou o líder que viria a se tornar. Em 1995, subiu para o time profissional e, logo no ano seguinte, conquistou seu primeiro título. Este seria o primeiro de cinco títulos estaduais seguidos, tornando o Goiás pentacampeão goiano.
Em 1999, Fernandão alcançou seu primeiro título a nível nacional. Como titular absoluto e um dos pilares da equipe, ele foi fundamental para que o Goiás conquistasse o título da Série B, garantindo o tão sonhado acesso à elite do futebol brasileiro. estatísticas de motagua x lobos upnfm Harlei, seu companheiro de equipe, ressaltou a personalidade e o talento fora do comum de Fernandão, que possibilitavam a ele exercer sua liderança tanto dentro quanto fora de campo. classificações de boston united
“Cheguei ao Goiás no segundo semestre de 1999. Quando cheguei ao profissional, já encontrei o Fernandão lá. Um jovem, vindo das categorias de base do clube, mas firme no time profissional. Lembro bem do nosso primeiro contato, quando ele foi um dos primeiros a me recepcionar”, contou o ex-goleiro.
Um líder bem humorado
Harlei relembrou uma história curiosa. Em 2000, durante o pentacampeonato goiano, o Vila Nova, adversário daquela final, não compareceu ao jogo. Sem saber da decisão do rival, Fernandão preparou uma brincadeira: pintar a barba de verde, em alusão à cor do Esmeraldino. No entanto, seu plano não saiu como o esperado. Rindo, o ex-goleiro contou que a tinta ficou na pele de Fernandão por alguns dias, o que o deixou levemente irritado.
Esse comportamento brincalhão foi lembrado por Iarley. O ex-atacante, que jogou ao lado de Fernandão no Internacional e no Goiás, guarda memórias de histórias leves, alegres e provocações saudáveis com o amigo. O tradicional “rachão” era sempre disputado entre times capitaneados por ambos. Quando o “Baixinho” – apelido dado a Iarley por Fernandão – vencia, ele implicava bastante com o amigo durante a concentração.
“Eu era o mais próximo dele, mas também a pessoa que ele mais implicava. Quando meu time ganhava do dele, ele ficava muito bravo. Percebia que a vontade dele era brigar comigo (risos). Eu sempre corria para perto do Clémer, porque eu não sou bobo e escolhia alguém do tamanho dele. Outra brincadeira nossa era uma caixinha para cobrar quem se atrasasse. Combinei com os seguranças para que me avisassem dos horários dele, porque ele sempre chegava atrasado e negava! estilos de casas brasileiras Quando descobriu, foi só risada, e ele ficou com cara fechada”, revelou Iarley, rindo.
O primeiro encontro foi marcante. Para Iarley, a química da amizade ficou evidente na sua chegada ao Inter, em 2005. Fernandão já estava no clube e demonstrava sua liderança sobre o elenco. Mas foi apenas em 2006 que a carreira da dupla foi eternizada com as conquistas da Libertadores e do Mundial de Clubes.
“No vestiário, durante a Libertadores, a gente sempre esperava o Fernandão falar, porque, após ele, subíamos para o campo com uma motivação fora do comum. No Mundial, o sacrifício dele foi marcante. O Abel montou uma parte tática que exigiria muito dele, já que ele teria que marcar o Thiago Motta no meio fantasia do galo doido. Ele fez isso até ter cãibra. Houve um momento em que ele chegou para mim e disse: ‘Ô Baixinho, eu vou sair’. Até briguei com ele, pedindo para não sair. Mas ele não aguentava mais, estava exausto. Ele saiu, tirou a braçadeira, me entregou, desejou boa sorte e assim a história foi escrita”, relembrou Iarley, com saudade.
Retorno para casa
Em 2009, Fernandão retornou ao Goiás e reencontrou Harlei. Dessa vez, no entanto, em situações opostas: o ex-goleiro era uma referência no Esmeraldino e ele chegava para somar. Mas, segundo Harlei, Fernandão voltou como se nunca tivesse deixado aquele vestiário. Sua liderança e carisma continuavam os mesmos. Afinal, ele estava voltando para casa, onde cresceu e aprendeu a jogar futebol. Para a torcida, era um ídolo que merecia uma homenagem à altura.
“Fiquei todos aqueles anos no clube, mas não tenho dúvidas de que a estrela seria sempre ele. Por causa de toda a história que ele construiu no futebol e por ser um jogador feito na base do Goiás. O retorno dele foi muito festejado. Até hoje, quando o time joga, a torcida exibe uma bandeira com a imagem dele. Fica a amizade, a marca do ídolo e a saudade. Os esmeraldinos jamais o esquecerão”, disse Harlei.
No Esmeraldino, Fernandão também reeditou a dupla com Iarley. Antes de se aposentar, ainda vestiu a camisa do São Paulo. Após pendurar as chuteiras, tornou-se treinador e comandou um de seus ex-clubes, o Internacional. Em 7 de junho de 2014, Fernandão faleceu em um acidente de helicóptero no interior de Goiás. Por um ano, após esse dia, Iarley não conseguia sequer tocar no nome do amigo, mas hoje recorda suas incríveis e felizes memórias.
“Aprendi muito com ele. Até hoje, sinto que, a qualquer momento, ele pode me ligar. Era um cara muito sincero, honesto, e a falta que ele faz nunca será superada. É algo com que temos que conviver, pois foi tirado de nós de uma maneira que ninguém esperava. Ele representa amizade, felicidade, e com certeza, me tornei uma pessoa muito melhor graças a ele! Hoje consigo falar sobre ele com alegria, não mais com tristeza”, concluiu Iarley.
Quais são as suas memórias sobre Fernandão e seu impacto no futebol brasileiro?